Fanfic - Beauty and the Beast (Capítulo 20 - O profundo, o silencioso e o completo)
25/09/2013 18:45
Para Risoleta e Aristóbulo, o dia demorou a passar. O ilustre professor de latim passara o dia todo na repartição, apenasmente pensando na sua amada, e em como seria a sua grande noite ao lado dela. Finalmente, depois de muitos anos, se livrara do peso da culpa graças ao amor e a dedicação de Risoleta e agora, além de ter se despedido de sua finada ex-noiva Adélia, também conseguira controlar o lobisomem, a fera que habita dentro dele e que tanto desperta o desejo da dona da pensão. Agora, nada mais poderia afastá-lo de Risoleta. Já a dona da pensão, ficara angustiada durante todo o dia e se controlava para não ir atrás do seu amado e desejado professor. Ele lhe dissera que iria voltar para busca-la, e brincou, dizendo que também voltaria pelo seu sobretudo. Nesse momento, Risoleta pegara a capa que Aristóbulo usara de costume e sentira o cheiro gostoso dele, do homem que ela amava. Ainda sim, sabia que não iria aguentar muito tempo mais longe dele, pois já passaram por muitas idas e vindas, muitos problemas que os separavam, e agora que nada mais os impedia, ansiava ainda mais em unir-se a ele de alma, coração e corpo, para finalmente consumar o desejo latente que sentiam um pelo outro, e que só aumentava, que estava preso, aflito, dentro dos seus corpos, lutando para sair.
Aristóbulo Camargo aguardava aflito para que a noite chegasse logo, pois pensara na melhor maneira de surpreendê-la na pensão, e já havia encontrado um meio. Logo quando a noite finalmente caíra, a pensão de Risoleta estava à mil: eram copos, risadas e comidas para todos os lados, e as meninas Dora e Rosalice não paravam de atender as mesas. A dona da pensão, em contra partida, parecia alheia a todos aqueles acontecimentos e movimentos ao seu redor. A sua mente era voltada exclusivamente para o professor Aristóbulo, e aqueles tão encantadores olhos azuis que a deixavam fora de si... Foi com esse pensamento que Risoleta correu para seu quarto, para se maquiar melhor e colocar seu perfume, que havia esquecido. O cheiro que o professor lhe dizia que era um “cheiro de fêmea gostoso”, não era simplesmente do seu doce perfume habitual. Era a essência dela, a essência que saía por sua pele, como um licor que ele ansiava por provar. O quarto de boneca dela estava às escuras, com apenas algumas luzes de velas acesas. Risoleta, ao virar-se avoada para porta até o furdunço da pensão, percebeu algo diferente em sua cama. O sobretudo do professor que estava cuidadosamente dobrado, tinha algo por sobre ele. Era uma rosa. Uma rosa como a que Aristóbulo lhe dera, na segunda vez que adentrara na pensão, e também um bilhete, com uma letra itálica, corrida, e perfeitamente bem escrita: “Tenho uma agradável surpresa para a senhora essa noite, que lhe revelara algo que me perguntou algum tempo atrás. Encontre-me defronte à sua janela, à meia-noite. Não sabes o quanto senti saudades suas durante esse pequeno tempo afastados. Não vejo a hora de lhe ver novamente.”. A dona da pensão beijou o bilhete com todo carinho, e sentiu o aroma da rosa que seu amado lhe deixara. Seu coração saltou apenasmente de imaginar qual poderia ser a surpresa que ele estaria lhe reservando para mais tarde, e melhor, que possivelmente e finalmente, passariam a noite juntos. Aquela ideia, aquela emoção, e o desejo, fizeram com que seu corpo queimasse de tanto desejo e paixão, e tentando conter-se ansiosa, ao criar coragem para deixar os sonhos por alguns instantes e voltar para seu trabalho no bar da pensão.
- Passarei a noite com a dona Risoleta, mamãe! – Diz Aristóbulo feliz para Pupu. Ela anima-se, percebendo que finalmente seu filho e sua futura querida “nora” “acertaram os ponteiros” - E ela já sabe disso, neném? – Dona Pupu brinca com o filho, contente por ver o brilho da alegria nos olhos dele depois de tantos anos – Há essa altura, certamente que sim, mamãe... Bem, já vou começar o meu perneamento noturno compulsório de hoje, deseje-me boa sorte! – Pupu beija o professor, não poderia receber notícia melhor que essa – Vai dar tudo certo para vocês, meu neném! Já esperaram por muito tempo para serem felizes... - Era quase meia-noite. E Aristóbulo parte, saindo do sobrado da família Camargo e indo em direção à pensão de dona Risoleta, ansioso por se encontrar com a mulher que despertou seu coração depois de tantos anos.
Risoleta passara o restinho da noite que lhe sobrara a fim de se preparar para o encontro com Aristóbulo. Tomara um delicioso banho, deixando a pele tão macia e perfumada o quanto poderia. Escovava os cabelos com cuidado, deixando as ondas marcadas, e seu perfume, cuidadosamente bem colocado pelo pescoço, toda aquela composição atrelada à sua camisola longa de seda preta com um lindo decote rendado em “V”, que valoriza e muito seus seios e seu colo, além de marcar suas curvas. A dona da pensão estava linda, e pronta para recebê-lo.
Já passara da meia-noite, quando Risoleta, andava de um lado para o outro do quarto, já nervosa por não avistar ainda a presença do professor Aristóbulo. A dona da pensão já tinha em mente que ele certamente não iria mais naquela noite, quando viu subitamente a janela da sacada do seu quarto abrir-se, e sem nenhum tipo de vento forte circulando pela cidade. A mulher assustou-se, mas corajosa como sempre foi, caminhou em direção à janela e avistou o seu querido professor-lobo, olhando-a com um olhar brilhante e cheio de pecado na frente de sua janela. Sorriu, aliviada e feliz – Professor Aristóbulo, só um momento, que já vou descer para abrir para o senhor! – Aristóbulo, com um sorriso carregado de malícia e orgulho, piscou para ela, dizendo – Não se preocupe, dona Risoleta. Tenho um meio muito mais rápido de chegar até a senhora, quer ver? – Não esperou a dona da pensão responder. Rapidamente, Aristóbulo saltou até a janela dela, adentrando facilmente pela sacada do quarto da mulher, aguardando a sua possível reação de espanto e surpresa por mais essa façanha descoberta – Gostou da surpresa, dona Risoleta? – A mulher estava atônita, mas não poderia deixar de esconder um sorriso de surpresa e fascínio que teimava em lhe escapar dos lábios – Por Santo Dias... Mas foi assim que o senhor me salvou e nos tirou daquela cova, professor! Foi assim, não foi?! – Ela se aproximou dele, desejando por tocá-lo. As mãos de Risoleta pousaram no peito dele, enquanto ela, para si mesma, se perguntava em como aquele homem poderia fasciná-la e mexer com seu coração, seus desejos e sua mente daquela maneira. Ele sorriu, envolvendo seu braço na cintura dela – Prometa-me uma coisa. A partir de agora, não iremos nos referir ao outro com todo esse acautelatório desnecessário... Chame-me de Aristóbulo, de você. E eu te chamarei de Risoleta, sem “dona” ou “senhora”, concorda? – Ela envolveu as mãos em volta do pescoço dele, aproximando seus corpos. Ao sentir o corpo quente dela, o professor não pôde deixar de fechar os olhos, ansiando em finalmente consumir aquela mulher para ele – Sua Risoleta, professor Aristóbulo. E hoje, você finalmente será meu... A minha fera, que eu sempre desejei... – Os olhos dela queimavam de desejo por ele, enquanto que os olhos azuis dele brilhavam, a encarando firmemente – Eu me lembro claramente de todos os detalhes do nosso último encontro, Risoleta. Mas eu estava transformado na fera que sou, portanto eu gostaria de ouvir de você novamente, tudo o que me disse, o que me fez voltar à vida... – A dona da pensão sorriu, aproximando seus lábios aos dele, sussurrando baixinho, com aquela voz tão doce e sensual que ela possuía sempre que lhe dirigia a palavra – Eu te amo, Aristóbulo. Demais. Eu amo a fera que você é de verdade, e me apaixonei por você justamente por essa natureza incompreensível que você tem... Eu posso compreendê-la porque eu te amo, te desejo e sou fascinada por você assim, sendo o meu homem, meu professor... – Ela fez uma pausa, e riu – E o meu lobisomem. – Aristóbulo sorriu, vitorioso. Um misto de sentimento de orgulho, felicidade, malícia e amor – Eu também a amo, Risoleta. Eu a amo demais, tanto que eu nunca consegui resistir a você e todos os seus encantos... – A mulher sorriu, puxando-o para um beijo cheio de desejo. As mãos fortes e grandes do professor peludo se arrastavam pesadamente por sobre as costas dela, subindo aos cabelos, tocando-lhe a nuca, lhe trazendo para mais perto que podia. Aristóbulo mordiscou suavemente os lábios de Risoleta, e envolveu sua língua na dela, sugando-a, brincando com ela, explorando cada canto da boca daquela mulher. O beijo se aprofundara cada vez mais rápido, e por entre suspiros, Risoleta já o desejava. Aristóbulo, por sua vez, sentia o corpo quente dela em contato com o seu, aquela língua e lábios tão macios, aquela pele que ele tinha vontade de dar pequenas mordidas, deixando marcas. Facilmente, o professor tão calmo saía de si mesmo. Ao lado daquela mulher, ele não sabia mais o que era pudores, tranquilidade, vida ilibada. Ao lado dela, ele apenas sabia o que era fogo, paixão, desejo. E gostava assim. Ela finalmente lhe despertara para a vida, despertara um desejo sombrio e voluptuoso em seu corpo, e o amor em seu coração - Eu quero realizar um desejo que há muito eu só poderia imaginar em sonhos, Risoleta... – Rapidamente, o professor rasgou a camisola preta dela, revelando aquela pele tão branca, tão cheirosa, macia. E nua. A dona da pensão não estava usando nada além da própria camisola preta. Risoleta, surpresa e excitada, apenas ficou parada, vendo-o observar com um olhar de predador ao observar a sua presa – Não me devore apenasmente com os olhos, professor Aristóbulo. Devore-me completamente, consuma o meu corpo... – Ela sorria, com o corpo já encarnado na luxúria. Ele, completamente louco pela visão do corpo dela nu, tratou de ir ao seu encontro, que rapidamente não fez por menos, tirando como na noite anterior tirara com agilidade o termo e o colete dele. Aristóbulo a ajudava com a própria camisa, enquanto Risoleta lhe sussurrava com palavras doces e maliciosas no ouvido – Eu quero que me chame de sua fêmea, Aristóbulo... Quero que me ame como nunca amou nenhuma outra mulher em toda sua vida! – Após livrar-se camisa dele, Risoleta, encantada, deslizou as mãos pelo peito dele, roçando os dedos suaves nos pelos que encontrava, causando arrepios no professor com a unha alcançando a sua cintura, segurando-o para junto do seu corpo. Aristóbulo aproximou-se do pescoço dela, beijando-o e lambendo como um louco, jamais pareceria o professor de latim calmo e recatado de outrora. Ele a segurava com força pela cintura, e sentia os seios macios dela em contato com seu peito, o calor dos dois corpos juntos. Ele descia o pescoço de Risoleta com mordidas, e também intercalava com a língua explorando aquela região que tanto mexia com os sentidos dela. Risoleta gemia baixo, ao ouvido dele, enquanto suas mãos subiam pela cintura do professor até chegar aos cabelos, tentando controlar o desejo e a excitação que tomava conta de si por Aristóbulo lhe tocar com tanto desejo, tanta paixão. Ela tentava se soltar dos braços dele, mas o professor estava forte, viril demais. Como nunca tinha visto ou imaginado antes. Ela se sentia a mais poderosa das mulheres por conseguir despertar tudo aquilo nele, e principalmente por ter um homem que era um príncipe, sempre tão carinhoso e gentil, além de ser uma fera, de possuir um lado tão forte, tão cheio de paixão e fome, de desejo por ela. A dona da pensão levou as mãos até a calça dele, abrindo-a com facilidade. Acompanhou o movimento de descer a calça juntamente com a cueca dele, descendo também, sem deixar de olhar nos olhos dele. O professor Aristóbulo a olhava com um olhar tão forte, tão poderoso, como que se pudesse devora-la a qualquer instante. Quando ele finalmente se viu livre da calça, estendeu a mão para ela, trazendo-a para junto do seu corpo. Aristóbulo virou Risoleta, de costas contra si, e agora, finalmente, os dois nus, um corpo sentindo o calor e a paixão emanando do corpo do outro. Ele observava o corpo dela pelo reflexo do espelho, enquanto ela segurava a nuca dele, com os dedos por entre seus cabelos, encostando o máximo que poderia seus corpos, com a cabeça em seu peito – Veja só, meu amor, como você é linda... Linda, e minha. Finalmente minha, Risoleta... – As mãos dele passavam por todo o corpo dela, segurando firme a sua cintura, subindo por entre a barriga, alcançando como que numa brincadeira os seios dela. O professor os segurou por entre as mãos e os apertou, arrancando um suspiro dela – Professor... – Risoleta fechava os olhos, estava entregue. As mãos dele voltavam a passear por todo o corpo dela, descendo até seu sexo, sentindo como estava ela quente, e molhada. A dona da pensão não conseguiu evitar um gemido, ao senti-lo com a mão no lugar onde ela mais ansiava por ser tocada. Aristóbulo riu para dela do reflexo do espelho e a virou, para mais um beijo com amor e luxúria. Enquanto se beijavam, ele a pegou no colo, levando-a até a cama, deitando-a. Parou por alguns instantes, apenasmente para observar o corpo da mulher que ele tanto amava. Aproximou-se com cuidado e, após tocar e beijar o ferimento causado pelo lobisomem da mesma maneira que ela sentiu em sonho, o professor passou a língua demoradamente pela marca que ficara, como num pedido malicioso de desculpas, uma forma de redenção ao que ele a fez passar nas garras da fera. A dona da pensão suspirou pesadamente e, atrevida, e também a fim de deixa-lo ainda mais louco, provocou, abrindo delicadamente as pernas, chamando-o para ficar mais perto dela – Venha, meu professor... Quero te sentir o mais próximo possível de mim, Aristóbulo... – Ela sorria para ele, aquele mesmo sorriso carregado de malicia como da primeira vez que se falaram. O professor tratou de se aproximar mais dela, levando as mãos até a sua cintura, juntando seus corpos, mas sem ainda penetrá-la, apenas brincando com ela, deixando-a tão louca como ela o deixava – Eu não quero mais resistir a você, Risoleta. Nunca mais. Eu desejei ter você desde o momento que eu te salvei daquele atropelamento... Das vezes que nos encontramos na rua e você me provocara, o meu desejo era tê-la ali mesmo... – Risoleta beijava o pescoço dele, dando também suaves mordidas. Ela envolveu as pernas em volta da cintura dele, trazendo o mais próximo possível. Aristóbulo não deixava de lado o pescoço dela, estava completamente embriagado pelo cheiro de fêmea dela, o cheiro que ele conhecia tão bem, que ele amava nela – Eu sou louco pelo cheiro delicioso de fêmea que você tem... Eu vou devorar você, minha Risoleta... – Ela quase já não conseguia responder. Estava perdida entre suspiros abafados e gemidos, escondendo o rosto no peito dele, com as unhas o arranhando, delicadamente. O professor desceu os lábios pelo pescoço dela, pelo colo, alcançando um dos seus seios. Enquanto beijava e lambia delicadamente um, o outro era massageado pela mão do professor, aquelas mãos grandes que ela tanto adorava... Ele a mordia devagar, sugando o seio dela, vendo-a se perder no meio de todas aquelas sensações que ele lhe proporcionava. Risoleta, cega de desejo por ele, conseguiu desvencilhar uma das mãos do peito dele, levando-a sorrateiramente por entre o peito dele, descendo cada vez mais, alcançando seu objetivo final. Sentiu-o pela primeira vez, assim como também o sentiu já rígido de tanto desejo. Ela, experiente, passou a brincar com ele, e subitamente, os olhos do professor ficaram espantosamente azuis, mais do que antes. Afastou a boca do seio dela, e seus olhos estavam semicerrados, de desejo – Risoleta... – Ele suspirou, levemente. Ela se aproximou dele, beijando-o com muito, muito carinho. Continuava a tocá-lo como só ela saberia fazer, tirando-o da sua pequena concentração. O professor se entregou de vez, assim como ela. Como um louco, passou a lamber, beijar e morder seu outro seio, enquanto uma de suas mãos apertava fortemente a cintura dela, mantendo-a o mais próxima possível. Risoleta deixara seu corpo se entregar, enquanto Aristóbulo deslizava aquela língua tão macia, sensível e quente por todo seu corpo, deixando pequeninas marcas na pele tão clarinha, fazendo-a não controlar mais seus próprios gemidos. Subitamente, sentiu os lábios do professor tocarem a parte interna de sua coxa, e um espasmo frio lhe subiu à barriga. Quando sentiu os lábios dele descerem sorrateiramente, sentindo a sua língua bem próxima à virilha, Risoleta gemeu de antecipação. Aristóbulo parou por alguns instantes, e passou a olhá-la com um sorriso nos lábios, com os olhos azuis mais brilhantes do que nunca – Finalmente eu vou provar o sabor certamente delicioso e doce de fêmea que você tem... – Não deixou que ela pensasse muito, Risoleta pendeu a cabeça para trás, sentindo seu corpo esvair-se completamente na boca daquele homem que despertara de uma forma tão intensa e tão especial os seus desejos. Aristóbulo ficara ainda mais louco pelo sabor que ela possuía. Ela era muito mais saborosa, muito mais deliciosa do que poderia imaginar em todos os sonhos que já teve com Risoleta. E aquele cheiro... O cheiro dela, que era tão mortal e tão irresistível para ele, só aumentava – Eu tinha razão, o seu cheiro de fêmea, o seu sabor delicioso... É muito melhor do que todas as vezes que eu lhe imaginei, minha Risoleta... – Ela estava perdida em seus próprios gemidos. Ele investia no lugar que ela necessitava ser mais acariciada, os lábios quentes, a língua rápida e macia e molhada, Risoleta sentia isso tão bem, tão nitidamente dentro de si que seus gemidos subitamente aumentaram de tom. E seu amado professor se perdia por entre suas pernas, descobrindo cada sensação nova com a mulher que tanto amava. Se fosse possível, eles certamente gostariam que aquele momento durasse para sempre. O tempo poderia parar para eles, como já estava acontecendo. Ela gemia, e chamava pelo nome dele, e o chamava também de “meu amor”, sentindo o corpo ferver a cada carícia mais intensa que ele lhe dava. A dona da pensão já não aguentava mais, e o professor aproveitara para provar cada mínimo sabor que ela possuía. Risoleta puxou a cabeça dele, conseguindo finalmente olhar aqueles olhos, que estavam cerrados de tanta luxúria. Ele entendeu o recado. Quando seus olhos se encontraram, ambos entenderam que a necessidade agora era outra. Ambos precisavam sentir-se unidos, finalmente. Ele se aproximou dela, tocando seu rosto com todo carinho que conseguia, com os olhos denunciando o desejo, o amor – Eu preciso sentir você por inteiro, Risoleta. Eu a amo, você é a mulher que me trouxe de volta à vida... – Ele realmente estava emocionado, e ela também. Risoleta segurou seu rosto entre as mãos, lhe dando um beijo apaixonado, repleto de ternura. Sussurrou por entre os lábios dele – Aristóbulo, eu o quero dentro de mim, agora... – Ele sorriu, finalmente unindo seus corpos. A primeira sensação para os dois foi de extrema surpresa. Ambos se olharam de uma maneira tão apaixonada, com o desejo lhes corroendo os sentidos. Era algo totalmente diferente para ambos. Risoleta sentia que aquela seria, de fato, a melhor, a mais selvagem e apaixonada transa de toda sua vida. E para ele, era muito mais do que isso. Era a sua vida que estava novamente começando, o seu corpo que estava reagindo ao contato com o corpo da mulher que ele desejou em silêncio por meses. Eles não deixavam de se olhar num minuto sequer. Risoleta envolveu o máximo que pôde as pernas em volta da cintura dele, e suas mãos entrelaçaram no pescoço do professor, suspirando o desejo que sentia no ouvido dele, pois finalmente estava sendo consumida pelo homem que amava. Aristóbulo investia com calma, mas rapidamente tudo mudou, pois era o cheiro afrodisíaco dela que sempre o embriagara. Perdeu-se por entre o pescoço dela, beijando e lambendo, dando suaves mordidas, e o ritmo entre eles era algo tão completo e tão igual como a sinfonia de uma música perfeita. A dona da pensão gemia sem conseguir se controlar mais, já perdera a noção dos sentidos fazia tempo. Seus olhos se encontravam com os dele quando Aristóbulo tocava em seu rosto, do contrario, permaneciam fechados, consumida por todo prazer que sentia de ser finalmente amada pelo homem que tanto desejava – Você é a minha fêmea, Risoleta. Esse seu cheiro delicioso, sua pele tão macia, sua voz que me enlouquece... E o seu cheiro, ah, esse seu cheiro... Ele é a minha perdição. Você é a minha fêmea, desde a primeira vez em que eu te vi, eu soube que você seria minha de alguma forma. E quando senti o seu cheiro pela primeira vez... Foi a certeza de que eu precisava... – Ela sorria, de olhos fechados, ao ouvir a voz dele em seu ouvido, a chamando de “minha fêmea”, daquela maneira tão sensual, e ao mesmo tempo tão carinhosa – Mostre-me então o quanto deseja ter a sua fêmea, professor... – Ele retribuiu o sorriso dela, aceitando o desafio mais agradável do mundo. Os movimentos de ambos aumentaram, e agora o professor Aristóbulo já não parecia mais tão “ser humano” assim, pois mais parecia um animal, uma fera dominando e amando a mulher, a fêmea que escolhera para si. Ele realmente não era um homem como todos os outros. A maneira selvagem que a possuía mexia completamente com os instintos da dona da pensão, que nunca vivera nenhuma transa assim. E o jeito tão carinhoso com que ele lhe sussurrava palavras doces no ouvido... Equilibravam a balança e faziam daquele momento o mais inesquecível da vida daquela mulher. Risoleta gemeu ainda mais intensamente ao sentir toda a intensidade e a virilidade daquela fera que ela tinha só para ela. A dona da pensão tinha em si o carinho e a beleza do professor Aristóbulo, seus lindos olhos azuis... Mas também tinha a força e a vontade do lobisomem dentro de si. Toda aquela mistura de sensações já estava os deixando em êxtase – Você é a minha fêmea, e muito mais do que isso, você é o meu amor... – Ambos não tinham controle sobre seus corpos mais. Risoleta gemia descompassadamente, e Aristóbulo a via perder-se entre ele – Aristóbulo, eu te amo... Faça-me logo a sua mulher, a sua fêmea, meu professor... – Assim como não tinham controle pelos seus corpos, também não aguentavam mais. Eles se beijaram, pela última vez, durante toda aquela luxúria que estava chegando ao ápice. Aristóbulo levou os lábios novamente ao pescoço dela, beijando-o, deixando-se perder mais uma vez pelo cheiro dela, enquanto Risoleta escondia como antes o rosto no peito dele, mordendo o próprio lábio. Abraçados o mais próximo que o corpo físico poderia suportar, mas com os corações e as almas unidas por completo, finalmente, Risoleta e Aristóbulo se perderam entre si no meio do orgasmo que os consumia. Ele, por entre o cheiro dela que tanto amava e seus gemidos tão doces, e ela, por depois de tanto desejar, conseguir ser amada e consumida pela fera na qual havia se apaixonado.
O casal ainda se manteve na mesma posição por alguns minutos, se recuperando do que havia acontecido entre eles. Era incrível perceber como um compreendia tão bem a alma do outro, apenas trocando olhares. E assim estavam, um olhando o outro, percebendo seus mínimos detalhes, se amando em silêncio, naquela posição tão íntima. Depois de alguns minutos assim, o professor se afastou de sua amada, deixando com que ela relaxasse o corpo na cama. Aristóbulo puxou o lençol que há essa altura já estava caído no chão, próximo à camisola preta dela que ele rasgara, e deitou ao lado de Risoleta, trazendo-a para deitar em seu peito. Ela passou uma perna por cima do corpo dele, e encostou a cabeça no peito do professor, dando um suave suspiro, acariciando seu peito nu. Ele a abraçou com todo amor e todo o carinho, desejando cuidar dela, tê-la apenasmente para si, e nada mais. Risoleta, depois de muitos anos, sentira um sentimento de conforto e calma incríveis ao sentir o abraço tão protetor e amoroso dele. Já Aristóbulo, se sentia cheio de paz e amor inundando seu peito, como depois de longos anos, mergulhado na dor, na solidão e no sofrimento, não sentia. Ela lhe trazia tudo: paz, amor, paixão, luxúria. Não importava mais para ele os erros que ela cometera ou quem ela foi no passado, e tampouco para ela, o que aconteceu entre seu amado e a ex-noiva, ou o fato dele ser uma fera, e sim que ambos se amavam de uma forma tão verdadeira e tão especial, que Risoleta fez de tudo para trazer paz à vida de Aristóbulo, descobrindo a verdade do falecimento de Adélia, lhe devolvendo a tranquilidade, e lhe retribuindo com amor. Aquele momento, que demorou tanto a acontecer, depois de tantos desentendimentos, brigas, palavras que magoaram, mesmo depois de tudo, era esse o momento que os fariam parar no tempo, um tempo só deles. O professor beijava os cabelos dela, sentindo seu suave perfume, e sentindo também o cheiro dela de fêmea que inundava como nunca o quarto, e principalmente a cama que eles estavam deitados – Eu a amo, Risoleta. Eu serei grato pela eternidade por você ter despertado o meu coração depois de tantos anos. Não quero estar longe nem mesmo resistir ao que sinto por você, nunca mais... – Ela sorria, olhando para ele. E os olhos? Ah, aqueles olhos azuis... Como não se apaixonar por aquele lobisomem, de olhos tão lindamente azuis, tão serenos, intensos e tão apaixonados? Ele tinha um poder de encantamento muito forte sobre ela, e vice-versa. Fascinavam um ao outro como a um livro que devoramos a cada página. O professor a puxou para um beijo muito suave, os lábios ainda quentes de luxúria se tocando, as línguas brincando de se envolver num jogo gostoso uma a outra, sugando uma à outra, cada um na sua vez. Ela tocava o rosto dele com carinho – Eu te amo demais, Aristóbulo. Não sabe o quanto eu fico feliz de finalmente estarmos bem... E juntos! – Ela se aconchegava nos braços dele, enquanto segurava uma de suas mãos, depositando um beijo sobre ela – Pois mesmo que eu ficasse longe, ainda sim eu a amaria, Risoleta. Ainda sim eu pensaria em você, e a protegeria. Eu estaria do seu lado, quando mais precisasse... – Ela sorriu – Como agora? – Aristóbulo riu, aproximando seus rostos – Como agora, e sempre, meu amor! – Ela não acreditava que estavam finalmente felizes e juntos. Ao vê-lo chama-la de “meu amor”, aquele simples gesto encheu de alegria seu coração – Estou cansada, mas tenho medo de dormir... Isso pode ser um sonho, e não quero acordar e ver que não estará mais aqui... – Ela se agarrou nos braços dele, afundando-se ainda mais no seu peito – Você se lembra de quando eu velei seu sono pela primeira vez no consultório do Dr. Rochinha? Quando acordou, eu estava ao seu lado, não estava? A partir daquela noite, e durante todas as outras, eu velei seu sono em silêncio, Risoleta. E eu estive em cada sonho que teve, em todos os seus pensamentos... Eu nunca deixei de estar ao seu lado! – Ela acariciava o peito dele com ternura, dando um suspiro de calma, de felicidade. Levantou mais o corpo, com os corpos nus se tocando com calor novamente, e o beijou, um beijo de boa noite. O primeiro de muitos – Eu sei que estará ao meu lado quando acordar, meu professor Aristóbulo... – Ela sorriu, aquele sorriso iluminado que tanto fascinava o professor de latim, e se acomodou nos braços dele, já exausta pela noite que tiveram. Durante o restante da madrugada, Aristóbulo velou o sono de sua amada Risoleta como já o fizera em outras noites. Mas dessa vez era diferente. Ele velara o sono dela, com ela nua em seus braços, com a cabeça encostada no seu peito, após uma noite carregada de luxúria e de declarações de amor eternas. Ele se sentia tão bem consigo mesmo, e finalmente em paz, como se tudo na sua vida passasse a ter um real sentido agora, ao lado da mulher que amava. Percebera que antes de estar finalmente com ela, não era feliz de verdade. Apenas vivia a sua vida, atribulado e até a exaustão, sem pensar no amanhã, evitando pensar no amor que nutriam entre si. Mas agora não, ele estava plenamente feliz ao lado de Risoleta, e ainda mais realizado por saber que ela o amava verdadeiramente, sendo o “monstro” que ele era. Ela amava a fera que ele era de verdade, e isso confortava a sua alma. Amando-a em silêncio e perdido em bons devaneios, Aristóbulo não percebeu que, assim como ela, seus olhos começaram a se entregar a um mundo no qual o professor já não se lembrava mais... Depois de muitos anos, foi invadido pelo mundo tranquilo dos sonhos, ao lado de sua Risoleta, e sonhando com ela. Dessa vez, não foi uma ilusão, um “sonhar acordado”. Com ela nos braços e sobre as luzes de velas, o professor Aristóbulo Camargo finalmente adormeceu, após 10 anos sem saber o que era dormir ou sonhar em paz.