Fanfic - Beauty and the Beast (Capítulo 03 - Saudades e desejos frustrados)

26/08/2013 01:17

 

Muitas coisas ocorreram desde então. Aristóbulo confessou a Risoleta seguir seu sonho de fazer carreira política e a magoou. Após encontros e desencontros frustrados, jogou na cara dela sua antiga profissão de meretriz; quase a expulsou de sua casa, e dentre tantos outros infelizes infortúnios, nem com a ajuda de dona Pupu e seu Belisário eles conseguiram se acertar. A última cartada dele foi por desespero de saudades da mulher que ama, ter pedido para ela ser sua amante. Apesar de ela ter aceitado seu beijo e o retribuído de forma intensa, aquele beijo passou a ter um gosto de frustração e tristeza nos lábios dele. Ele a magoou mais uma vez, e agora sabia que não havia um modo melhor fazê-la aceitá-lo de volta, não por enquanto. Mas a saudade, e o desejo que sentia por ela era tanto, mas tanto, que mesmo brigados, todas as noites ele passava em frente à pensão, logo após Risoleta pegar no sono, e ele justamente sabia o momento em que ela estava adormecida. Mas naquela noite era diferente. Ele necessitava dela, necessitava tê-la de algum modo, nem que por alguns minutos, senti-la em seus braços, sentir o sabor dos seus lábios, o calor do seu corpo e o cheiro de fêmea dela, que Aristóbulo poderia sentir em qualquer lugar de Bole-Bole. Ele apenas precisava dela, ao menos vê-la, sem que ela o visse e ficasse ainda mais magoada.

 

O professor entrou no quarto às escondidas. Ele já sabia facilmente o caminho do quarto dela. Quando entrou, percebeu a fumaça que saia de dentro do banheiro. Ela estava tomando banho. Aristóbulo sentiu seu coração disparar. Por um momento, achou que ele fosse sair pela boca, como no caso de seu Cazuza. E para além, sentiu seu corpo reagir à ideia de observá-la nua no banho. Aproximou-se com cuidado da porta, e não acreditou na imagem que viu. Risoleta era muito mais bonita do que em todos os sonhos que já tivera, ou mesmo em todas as vezes que se pegava pensando nela, distraidamente, na repartição. Sua pele clara, levemente rosada. Seu corpo era delicadamente cheio de curvas, de uma maneira muito melhor do que ele poderia julgar pelos seus vestidos cinturados, de cores vivas e com decotes. Ele poderia ousar a dizer que a sua pele era tão macia quanto um floco de neve caindo ou uma seda.  A visão daquela mulher que ele tanto desejava, completamente nua, com a água quente caindo pelo seu corpo, deixando-o levemente avermelhado, o deixara fora de si. A vontade que Aristóbulo tinha era de invadir aquele banheiro e amá-la intensamente ali mesmo, beijando cada centímetro do seu corpo. Mas ele sabia que ela não se renderia tão facilmente àquilo, por mais que o desejasse e o amasse tanto quanto ele. E odiaria a magoar ainda mais. Subitamente, Risoleta desligou o chuveiro e olhou para trás. Desapontada, pegou a toalha e passou em volta do corpo. Ela sentiu a presença dele ali. Ou, seus olhos estavam certos e sua mente a enganou. Não havia ninguém ali mais, seus instintos apurados já enviaram o professor para longe de onde seus olhos pousavam há instantes atrás. Aquele era apenas mais um desejo noturno para aquela madrugada de angústia. Mais uma noite, das tantas nas quais ela adormecia pensando nele. 

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